Como Criar Seu Primeiro Plano de Investimentos do Zero

Aprenda como criar seu primeiro plano de investimentos do zero, de forma segura e estratégica, mesmo que você seja iniciante. Comece com o pé direito e construa um patrimônio sólido.

Carlos Filho

2/10/20254 min read

A close-up view of a smartphone screen displaying stock market information. The screen shows stock symbols such as BA and BRK-B, along with company names like The Boeing Company and Berkshire Hathaway. There are also green and red charts alongside figures indicating stock performance.
A close-up view of a smartphone screen displaying stock market information. The screen shows stock symbols such as BA and BRK-B, along with company names like The Boeing Company and Berkshire Hathaway. There are also green and red charts alongside figures indicating stock performance.

Introdução

Investir pode parecer algo complexo e restrito a especialistas, mas na verdade é uma habilidade que qualquer pessoa pode desenvolver. A chave está em começar com um plano bem estruturado, que oriente suas decisões e evite armadilhas comuns.

Sem um plano, é fácil se perder em modismos do mercado ou tomar decisões impulsivas. Já um bom planejamento dá clareza: você sabe por que está investindo, para qual objetivo, com qual prazo e quais os melhores ativos para o seu perfil.

Neste artigo, você vai aprender:

  • Por que ter um plano é essencial antes de investir

  • Como definir seus objetivos financeiros

  • Como conhecer seu perfil de risco

  • Como montar sua estratégia de alocação de ativos

  • Como escolher os investimentos mais adequados

  • Como acompanhar e ajustar seu plano ao longo do tempo

  • Dicas práticas para se manter disciplinado

Vamos começar?

1. Por que criar um plano de investimentos é tão importante?

1.1 Evita decisões impulsivas

Um plano bem pensado ajuda você a tomar decisões racionais e não se deixar levar por euforia ou medo nos altos e baixos do mercado.

1.2 Dá direção e propósito

Investir “porque todo mundo está investindo” não é uma estratégia. Quando você tem um plano, sabe exatamente:

  • Por que está investindo

  • Para qual objetivo

  • Com que horizonte de tempo

  • Quanto risco está disposto a correr

1.3 Aumenta suas chances de sucesso

Investidores que seguem um plano disciplinado tendem a obter resultados mais consistentes e a evitar os erros que levam à perda de dinheiro.

2. Definindo seus objetivos financeiros

Antes de pensar em produtos de investimento, você precisa saber: para que estou investindo?

Objetivos comuns incluem:

  • Reserva de emergência: segurança para imprevistos

  • Aposentadoria: garantir um padrão de vida no futuro

  • Compra de imóvel: entrada ou aquisição à vista

  • Educação dos filhos: pagar faculdade

  • Independência financeira: viver de renda passiva

Cada objetivo tem um prazo e um nível de risco apropriado. Por isso, vale anotar:

  • Qual o objetivo

  • Quanto você quer acumular

  • Em quanto tempo

  • Quanto consegue investir por mês

3. Conheça seu perfil de risco

3.1 O que é perfil de risco?

Seu perfil de risco é o grau de volatilidade que você tolera nos investimentos. Ele depende de fatores como:

  • Idade

  • Estabilidade de renda

  • Conhecimento financeiro

  • Experiência prévia

  • Tolerância emocional a perdas

3.2 Tipos de perfil

  • Conservador: prefere segurança e menor volatilidade

  • Moderado: aceita alguma oscilação em busca de ganhos superiores

  • Agressivo: tolera fortes oscilações para buscar retornos maiores

Saber seu perfil evita que você entre em investimentos que possam te tirar o sono.

4. Definindo sua alocação de ativos

4.1 O que é alocação de ativos?

É a forma como você distribui seu dinheiro entre diferentes tipos de investimentos (renda fixa, renda variável, ativos internacionais etc.).

A alocação é mais importante que “escolher o ativo da moda”: ela determina o equilíbrio entre risco e retorno do seu plano.

4.2 Um exemplo de alocação inicial

Para um iniciante de perfil moderado:

  • Renda fixa (Tesouro Direto, CDBs): 50%-60%

  • Renda variável (ações, ETFs): 20%-30%

  • Internacional (fundos ou ETFs globais): 10%-15%

  • Reserva de liquidez (Tesouro Selic): 5%-10%

Essa composição pode ser ajustada com o tempo.

5. Construindo sua reserva de emergência

Antes de investir em ativos de longo prazo, é essencial montar uma reserva de emergência.

5.1 Para que serve?

  • Cobrir imprevistos: desemprego, emergências médicas, manutenção da casa

  • Evitar saques de investimentos voláteis em momentos ruins

5.2 Quanto ter na reserva?

Geralmente, de 3 a 6 meses de despesas mensais.

5.3 Onde investir a reserva?

Em ativos de liquidez imediata e baixo risco:

  • Tesouro Selic

  • CDBs com liquidez diária

  • Fundos de renda fixa de liquidez imediata

6. Escolhendo os investimentos certos

Agora que você tem objetivos, perfil de risco e alocação, é hora de selecionar os produtos mais adequados.

6.1 Para renda fixa

  • Tesouro Direto (Selic, IPCA+)

  • CDBs, LCIs, LCAs de bancos confiáveis

  • Fundos de crédito privado (com atenção ao risco de crédito)

6.2 Para renda variável

  • Ações de empresas sólidas (dividendos, crescimento)

  • ETFs (BOVA11, IVVB11) para diversificação automática

  • Fundos imobiliários (FIIs)

6.3 Para proteção cambial

  • ETFs internacionais (ex: IVVB11)

  • Fundos de investimento no exterior

  • Ouro como reserva de valor

7. Acompanhando e ajustando seu plano

7.1 Não basta montar — é preciso revisar

Seu plano deve ser um documento “vivo”. O mundo muda, sua vida muda e seus investimentos devem acompanhar.

Revise:

  • Perfil de risco (mudanças na renda, na família, na saúde)

  • Objetivos (atingidos ou redefinidos)

  • Alocação de ativos (se está em linha com seu plano)

7.2 Rebalanceamento

Periodicamente (ex: 1 ou 2 vezes ao ano), ajuste seu portfólio:

  • Vendeu ações em alta? Reforce renda fixa

  • Bolsa caiu? Aumente sua posição em ações com bons preços

Isso evita que sua carteira fique desequilibrada com o tempo.

8. Erros comuns ao criar o primeiro plano de investimentos

  • Pular a etapa da reserva de emergência

  • Investir sem saber o objetivo

  • Ignorar seu perfil de risco

  • Colocar tudo em renda fixa de baixo retorno

  • Concentrar em um único ativo ou setor

  • Tentar prever o mercado ou "achar o timing perfeito"

  • Ficar refém do noticiário e mudar de estratégia a cada mês

Lembre: a consistência é mais importante que a “esperteza”.

9. Exemplo prático de um plano de investimentos do zero

Caso: Carla, 28 anos, analista de marketing, perfil moderado, começando a investir

  • Objetivos:

    • Reserva de emergência: R$ 18 mil (6 meses de despesas)

    • Aposentadoria complementar: longo prazo

    • Compra de imóvel em 5 anos

  • Plano:

  1. Montar reserva (Tesouro Selic e CDB liquidez)

  2. Aporte mensal de R$ 1.200 após completar reserva

  3. Alocação:

    • 50% renda fixa IPCA+

    • 25% ações e ETFs Brasil

    • 15% ETFs internacionais

    • 10% caixa para oportunidade

  • Revisão e rebalanceamento a cada semestre

Após 3 anos, Carla já tem mais segurança e está diversificando cada vez mais.

Conclusão

Montar um plano de investimentos não precisa ser complicado. Com algumas etapas simples, você evita erros, ganha confiança e aumenta muito suas chances de sucesso financeiro.

Lembre-se:

✅ Defina seus objetivos
✅ Conheça seu perfil de risco
✅ Estruture sua alocação de ativos
✅ Construa sua reserva de emergência
✅ Escolha bons produtos para cada necessidade
✅ Siga o plano e revise periodicamente

Comece pequeno, mas comece. O mais importante é dar o primeiro passo com consciência e disciplina.

Próximos passos

✅ Faça um diagnóstico das suas finanças atuais
✅ Estabeleça suas metas de investimento
✅ Monte sua reserva de emergência
✅ Abra conta em uma corretora confiável
✅ Comece a investir com regularidade
✅ Estude sempre para aprimorar seu plano