O Que São Ativos Reais e Como Eles Podem Ajudar na Sua Estratégia de Investimento

Introdução

Quando falamos em investimentos, a maioria das pessoas pensa imediatamente em ações, títulos ou fundos — ou seja, em ativos financeiros. Mas existe uma outra classe que é fundamental para diversificar e proteger o patrimônio: os ativos reais.

Você sabe o que são?
Como eles funcionam?
E por que eles são tão importantes em uma carteira de investimentos equilibrada?

Neste artigo, você vai descobrir tudo isso e entender como os ativos reais podem ajudar na sua estratégia de longo prazo.

1. O que são ativos reais?

1.1 Definição simples

Ativos reais são bens tangíveis ou ativos com valor intrínseco, que não dependem apenas de contratos ou promessas financeiras.

Diferente de ações ou títulos, eles possuem uma existência física (imóveis, metais preciosos) ou utilidade prática (infraestrutura, commodities).

1.2 Exemplos de ativos reais

• Imóveis: casas, apartamentos, terrenos, galpões

• Metais preciosos: ouro, prata

• Commodities: petróleo, gás natural, madeira

• Infraestrutura: rodovias, ferrovias, energia elétrica (participação via fundos)

• Terras agrícolas: propriedades rurais produtivas

2. Por que incluir ativos reais na sua carteira de investimentos?

2.1 Proteção contra a inflação

Uma das principais vantagens dos ativos reais é sua capacidade de preservar valor no tempo.

Quando a inflação sobe, o poder de compra da moeda diminui. Mas o valor dos ativos reais tende a acompanhar ou até superar essa inflação.

2.2 Diversificação

Adicionar ativos reais à sua carteira:

✅ Diminui a correlação com ativos financeiros
✅ Reduz a volatilidade geral
✅ Ajuda a equilibrar riscos

Eles se comportam de forma diferente de ações ou títulos, tornando o portfólio mais robusto em tempos de crise.

2.3 Fonte de renda passiva

Alguns ativos reais — como imóveis de aluguel ou fundos imobiliários (FIIs) — geram fluxo de caixa regular, ajudando a compor uma renda passiva para o investidor.

3. Tipos de ativos reais mais comuns para investidores

3.1 Imóveis físicos

Investir em imóveis residenciais, comerciais ou industriais é uma das formas mais tradicionais de exposição a ativos reais.

Vantagens:

• Valorização do imóvel

• Renda de aluguel

• Proteção contra inflação

Desvantagens:

• Baixa liquidez

• Custos com manutenção, impostos e burocracia

3.2 Fundos Imobiliários (FIIs)

FIIs permitem investir em grandes empreendimentos (shoppings, lajes corporativas, galpões logísticos) com baixo valor inicial e alta liquidez.

Vantagens:

• Facilidade de compra e venda (Bolsa de Valores)

• Renda mensal (distribuição de lucros)

• Diversificação setorial

Desvantagens:

• Volatilidade de mercado

• Exposição a vacância e inadimplência

3.3 Ouro e metais preciosos

Vantagens:

• Reserva de valor histórica

• Proteção em cenários de crise global

• Alta liquidez

Desvantagens:

• Não gera renda passiva

• Custos de custódia (em caso de armazenamento físico)

3.4 Commodities

Investir em commodities como petróleo, grãos ou metais via fundos ou contratos futuros.

Vantagens:

• Exposição ao ciclo econômico global

• Proteção contra inflação

Desvantagens:

• Alta volatilidade

• Exige conhecimento especializado

3.5 Infraestrutura

Participação em projetos de infraestrutura via debêntures incentivadas ou fundos especializados.

Vantagens:

• Potencial de renda previsível

• Benefícios fiscais (isenção de IR em alguns casos)

Desvantagens:

• Prazo de maturação longo

• Menor liquidez

4. Como incluir ativos reais na sua estratégia de investimento

4.1 Avalie seu perfil de risco

Antes de tudo, entenda seu perfil: conservador, moderado ou arrojado. Ativos reais, apesar de protegerem contra inflação e volatilidade, também possuem riscos próprios.

4.2 Defina um percentual adequado

Geralmente, uma exposição de 10% a 30% em ativos reais pode trazer os benefícios de diversificação, sem comprometer a liquidez geral da carteira.

4.3 Combine diferentes tipos de ativos reais

Diversifique dentro da própria classe:

✅ FIIs + Ouro + Commodities
✅ Imóveis físicos + Debêntures incentivadas + Fundos de infraestrutura

Assim, você aproveita diferentes características de cada ativo.

4.4 Use veículos adequados

Nem sempre você precisa comprar o ativo direto. Hoje existem alternativas modernas:

• ETFs de ouro

• Fundos imobiliários

• Fundos de commodities

• Debêntures incentivadas

5. Cuidados ao investir em ativos reais

5.1 Análise detalhada

Não basta olhar para a “tangibilidade”. É necessário analisar:

✅ Localização e demanda no caso de imóveis
✅ Qualidade da gestão no caso de FIIs
✅ Cenário macroeconômico no caso de commodities

5.2 Liquidez

Ativos reais, em geral, são menos líquidos do que ações e títulos. Esteja preparado para manter o investimento por prazos mais longos.

5.3 Custos

Considere custos como:

• Impostos (ITBI, IPTU, IR sobre ganho de capital)

• Taxas de administração

• Custódia (no caso de ouro físico)

5.4 Impacto na alocação total

Certifique-se de que a alocação em ativos reais está em sintonia com seus objetivos financeiros e horizonte de investimento.

6. Cenários em que ativos reais brilham

6.1 Alta inflação

Quando a inflação se acelera, ativos reais protegem seu poder de compra, já que seu valor tende a acompanhar os aumentos de preços.

6.2 Cenários de crise financeira

Em momentos de crise no mercado financeiro (ex: pandemia, guerra, recessão global), o ouro e imóveis de qualidade costumam se valorizar como “porto seguro”.

6.3 Diversificação internacional

Investir em commodities e ativos reais atrelados ao mercado global também ajuda a reduzir a dependência da economia doméstica.

Conclusão

Incluir ativos reais na sua carteira é uma estratégia inteligente para proteger seu patrimônio, gerar renda passiva e reduzir riscos.

Eles complementam os ativos financeiros, criando uma carteira mais robusta e equilibrada. E o melhor: com o acesso atual a veículos como FIIs e ETFs, qualquer investidor, mesmo iniciante, pode se beneficiar.

Próximos passos

✅ Avalie seu perfil de risco
✅ Estude os diferentes tipos de ativos reais
✅ Defina uma alocação coerente com seus objetivos
✅ Comece com FIIs ou ETFs para ganhar experiência
✅ Monitore e ajuste sua carteira periodicamente